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segunda-feira, 8 de abril de 2019

Filhos na estrada da vida


Filhos na estrada da vida
                                                          Rosângela Silva

O professor de reforço diz à mãe: “Seu filho é inteligente, capaz, mas está muito vadio”.
A mãe tinha duas escolhas: entender o vadio como uma ofensa e desqualificação do seu menino  e fazer um grande escândalo ou  chamar o filho para a conversa, reforçar o que o professor disse e cobrar dele para que deixe de vadiagem.
Ser vadio na fala do professor queria dizer que ele não se esforça, deixa tudo para depois, procrastina, não se dedica aos seus deveres.
A palavra do professor é forte, mas os pais precisam também ser fortes para aceitarem os defeitos dos seus filhos. Defeitos que podem ser momentâneos se foram tratados, mas poderão ficar crônicos, se forem negligenciados.
Não tomar os defeitos do filho para si, chocando-se e tentando oprimir quem quer lhe educar é um bom caminho para fortalecer hábitos saudáveis na educação dele.
Nesta situação creio que cabe à mãe associar-se ao professor e cobrar diariamente os esforços do filho.
Não “acoitadar” o filho, nem apequenar seus valores é um bom caminho para educá-lo.
Pais, mães, em nome da educação futura de seus filhos, parem de “mi-mi-mi”.
Pais, mães: parem de apoiar as faltas dos seus filhos.
Pais, mães: parem de dar colo quando  precisariam de rigor.
Pais, mães: parem de abraçá-los quando precisam de afastamento afetivo.
Pais, mães: parem de mimá-los quando precisam de repreensão.
Pais, mães: parem de apoiar as faltas dos seus filhos.
Ajudar os filhos a crescerem e enfrentarem os dissabores da vida, dá a eles suporte para encararem  os desafios , suportarem as frustrações e crescerem indivíduos mais saudáveis e aptos para caminharem pela estrada da vida.



sexta-feira, 19 de maio de 2017

A ligação afetiva: mães e filhos

               
                                        A ligação afetiva: mães e filhos
                                                 
Rosângela Silva
http://www.revistadavila.com.br/2017/05/ligacao-afetiva-maes-e-filhos-rota-educacional/#

A ligação afetiva da mãe com o bebê  se inicia na vida intrauterina e perpetua por toda a vida. Esta ligação é tão forte que chega a definir as relações futuras da criança. Para a criança, a mãe,  muitas vezes é aquela  que sabe tudo, resolve, define, orienta. Esta troca afetiva é boa para ambas: o infante se sente protegido, prestigiado, amado e a mãe sente-se  forte, produtiva, capaz, um ser humano completo.
              Desde  o nascimento a mãe passa  a ser fonte de saciedade da fome, de segurança, de conforto e afeto. Suas respostas aos sinais  do bebê  fornecem  reforços positivos  e fortalecem o vínculo afetivo entre ambos.
              Logicamente aos poucos é preciso impulsionar o filho para a autonomia: chega a hora de desmamar, de estimular a engatinhar, a andar. Também é chegada a hora de voltar ao trabalho, de deixá-lo com a babá ou mandá-lo para a escola.
              Estes momentos de separação  são dolorosos, mas ensinam muito. A criança aprende a lidar com a frustração e angústia,  a curtir  o momento do reencontro ,  a perceber que a mãe  é uma pessoa distinta e separada de si, não sua extensão. A mãe aprende que precisa de tempo  e espaço para si, que tem que buscar satisfação pessoal e profissional.
                A carga afetiva  que liga mães e filhos é tão intensa em algumas relações que há dor e sofrimento na hora da punição e da cobrança, no distanciamento e na vigilância. Este duplo papel, de amar e cobrar é psicologicamente tão dolorido e amargo que, muitas vezes, impede as mães de agirem conforme a necessidade da situação, tornando-as demasiadamente “amolecidas” e não atuantes no papel de gerir  a educação.
              Os psicanalistas dizem que nos contos de fadas o papel  da mãe bondosa, calorosa, muitas vezes, se mistura com o da madrasta ou da bruxa, más e prepotentes. Nos contos de fadas as duas são uma só. Na vida assim também acontece. A mesma mãe que protege, ajuda, defende, muitas vezes é aquela que fica longe, cobra e compara.
              A mesma que estimula, incentiva, doa, conversa, às vezes se transforma naquela que dá tarefas, exige bom desempenho, corrige. A mesma que elogia, apoia, brinca, estende os braços, dá abraços é aquela que se enfurece, bate, estabelece consequências, castiga.
               Tudo isso porque as mães sabem ( ou deveriam saber) que para preparar adultos independentes e com  autoestima elevada é preciso rimar amor com rigor.

domingo, 7 de maio de 2017

A crise é moral

Todos os problemas que vivemos hoje têm sede na crise moral estabelecida em nossa sociedade.
  A sociedade é hedonista. Todos querem o prazer a qualquer custo. As pessoas pleiteiam seus diretos e negligenciam seus deveres. Crise moral.
  As famílias esqueceram seus valores, se dividiram, se desorganizaram, perderam o respeito uns pelos outros. Pais brigam devido à guarda “descompartilhada”. Pais trocam a convivência com os filhos por programadas divertidos, festas e comemorações. Filhos não reconhecem a autoridade dos pais. Crise moral.
  Na política vemos corrupção, mentira, trapaças, conluios. Entre Tiriricas e engravatados de fala bem articulada não sabemos em quem  confiar. Vergonha nacional . Crise moral.
  Os governantes desviam verbas, enchem malas e cuecas de dinheiro, fazem pactos em  benefício próprio, deixando de priorizar o atendimento básico aos menos favorecidos. Crise moral.
  Na polícia há falta de segurança, venda de privilégios, falta de ética. Crise moral.
  O crime organizado rouba os filhos dos pais e os transformam em soldados do tráfico. Jovens se vendem em troco de drogas e se afundam num caminho sem volta. Crise moral.
   A mídia forma valores distorcidos, vende falsas verdades, incita a violência e a vantagem dos mais fortes sobre os mais fracos. Crise moral.
 As propagandas mostram flashes da vida real, sempre colocando seus produtos acima de tudoNelas tudo é permitido: pode  enganar, pode mentir para os pais, pode desmerecer o outro,vale tudo para se dar bem. Crise moral.
  Nas novelas  basta uma cena para distorcer todo um conceito educativo trabalhado longamente  pelos pais. Crise moral.
  Nos clubes esportivos jogos são vendidos, juízes se corrompem, jogadores demitem  técnicos e patrocinadores ditam ordens. Crise moral.
 Nas escolas professores amedrontados fingem que não vêem as transgressões. Diretores acuados se rendem à chantagem de pais que acreditam estar defendendo seus filhos, quando na verdade estão reforçando seus erros e plantando a ideia de que podem tudo. A escola parece sozinha e com muitas atitudes e ações aprendidas pelas crianças e jovens para reverter. E solitária acaba se rendendo à força das famílias e do meio que dominam e vencem a parada. Crise moral.
 Mas haveremos de acreditar em dias melhores e que nem tudo está perdido.
 Haveremos de acreditar que há jeito para esse desarranjo todo.
 Haveremos de ser mais fortes que essa crise. Comecemos por melhorar os nossos arredores: nossa casa, nosso ambiente de trabalho, nossos filhos e amigos


Texto publicado na Revista D'àvila  
http://www.revistadavila.com.br/2017/04/crise-e-moral-rota-educacional/

sábado, 30 de julho de 2016

Meninos Em Ação (Em Boa Ação!)

Meninos Em Ação (Em Boa Ação!)

                                                              Rosângela Silva

Texto publicado na Revista- http://www.revistadavila.com.br/

     Dias atrás conversava com uma prima sobre educação dos filhos. Eu comecei dizendo que diminuiríamos muito o machismo e as agressões contra as mulheres se as mães dos meninos cuidassem para que eles crescessem respeitando mais as meninas.
     Ela concordou, mas como mãe de 3 meninos, relatou o quanto percebe a falta de limites e o desrespeito das meninas para consigo mesmas, disse perceber a família deixando as cobranças e orientações de lado.  Continuando, ela descreveu como aconselha seus filhos: “Oriento que devem cuidar e ser gentis com as meninas”, “ Peço que as tirem de ocorrências perigosas ou vexatórias”, “Digo a eles que  têm que ajudar as meninas que  estiverem em situação de risco ou que se põem em atos constrangedores”.
     Minha cunhada também educa um menino de 17 anos. Ela é categórica com as  responsabilidades dele  e sempre repete"Neto meu não ficará largado pelo mundo. Se fizer filho, vai ter que assumir e cuidar".
     É assim mesmo que penso que as famílias dos meninos deveriam agir.
     A verdade é que uma boa parte de nossas crianças ou adolescentes sejam eles, meninos ou meninas, têm sido negligenciados pelas suas famílias. A pressa, o trabalho, o cansaço, as cobranças profissionais e o egocentrismo dos pais fazem com que cuidem menos de suas crias e olhem menos para elas.
     O resultado é uma grande massa de desajustados, querendo levar vantagem, querendo se passar por ícone em ações incorretas ou maldosas, mentindo, driblando, desejando ter sucesso sem usar de esforço e dedicação.
     Falando especificamente dos meninos agora, vamos relembrar que  os hormônios contribuem para o comportamento mais impulsivo e agressivo e, em relação à estrutura cerebral, a amígdala, maior no homem, influencia para que sejam mais explosivos e tenham gosto pelos riscos. Há nos meninos diferenças em relação às meninas nos sentimentos, nos relacionamentos, no pensamento, na resolução dos problemas e nas reações. Isso tudo confirmado pela neurociência, pela psicologia e pela biologia.
     Sendo o corpo masculino uma ferramenta que induz ao movimento, a ação e, até à transgressão, cabe às famílias e às escolas investirem  esforços na formação dos valores e do caráter em busca de um ajuste positivo na educação dos meninos.
     O pai é uma figura importantíssima na formação dos meninos e uma referência no direcionamento das ações assertivas. Na ausência do pai, tios, avós ou padrinhos cumprem bem esse papel. O importante é que recebam bons exemplos dentro da família para terem em quem se basear para moldar a sua personalidade e os seus valores.
     Muitas atitudes podem ser adotadas para educar a sensatez, a sensibilidade e os valores dos meninos, tanto em casa como na escola: reduzir  a exposição à violência, permitir o choro e a demonstração de medo, estimular o cavalheirismo com todos ao seu redor, ensinar a cozinhar e cuidar dos afazeres domésticos, ensinar a respeitar as meninas, jamais puxando ou forçando uma proximidade que elas não desejam, treinar o sentimento da perda,  propor situações para exercitar o  autocontrole, cobrar  atitudes positivas com amigos e vizinhos, valorizar atitudes acertadas no dia a dia e escolhas saudáveis, valorizar a honestidade e expulsar a corrupção cotidiana  do ambiente familiar.
     O estímulo aos esportes, o incentivo ao bom gosto musical, especialmente de ídolos que sejam bons modelos de valores, o compartilhamento de boas ideias e ações no meio em que vivem também contribuem para uma formação melhor.
     A família, a escola e o governo devem  estar atentos aos meninos especialmente no aspecto da permanência na escola. Dados confirmam que as meninas são mais alfabetizadas e permanecem mais na escola do que os meninos. Eles enfrentam o trabalho mais cedo e buscam ajudar no sustento familiar, principalmente nas classes menos favorecidas.
     Uma comunidade melhor depende de pessoas mais conscientes e melhores em suas ações. A cidadania começa em casa e estamos todos muito carentes de heróis e de bons exemplos. Eduquemos nossos meninos!! Eles não precisam ser heróis, mas podem ser gente boa!!!