domingo, 16 de março de 2014

Internet segura

Revista endereçada às crianças e adolescentes produzida por Moacir Torres e Cybele Meyer. Apoio Colégio Escala- Indaiatuba.

Pais: espectadores na arquibancada


Os filhos crescem e crescem com eles nossas angústias e preocupações. A adolescência chega e as dúvidas paternas aumentam muito. A cada dia, um novo dilema para administrar e  novas questões para avaliar junto com os filhos. Ser mãe e pai de adolescente é embarcar numa montanha russa a cada novo dia. Desafios radicais surgem a cada volta que os ponteiros dão.
Soltar os filhos para viver as aventuras desta vida é inevitável. Se dependesse dos pais, os deixaríamos quietinhos, acolhidos, abraçados pela nossa proteção para sempre.
Mas vem a vontade de sair de casa com os amigos, de experimentar as novidades, de ser livres e poder fazer suas escolhas. E nós, do outro lado, assistindo na torcida, espectadores na arquibancada, sem poder participar diretamente do jogo. Coração apertado, nó na garganta, “bolo” no estômago. É o corpo dando sinais da nossa dor emocional.
E nós precisamos acreditar, confiar, dar segundas, terceiras e quartas chances, afinal somos apenas guardiões preocupados, pois a vida e as escolhas são  deles, embora entrelaçadas e repercutindo nas nossas.
E nós precisamos aprender a conviver com  o coração pulsando constantemente fora do corpo. Ele não nos pertence, é de nossos filhos. Está onde eles estão. Bate no compasso das suas escolhas.
Ah! Se pudéssemos soprar baixinho em seus ouvidos, qual rumo tomar, quando estivessem duvidosos...
Ah! Se pudéssemos dizer “escolhe isso, em vez disso” quando a emoção quisesse falar mais do que a razão...
Ah! Se pudéssemos apontar a saída de emergência, quando a neblina de fumaça tentasse embaçar sua visão...

Nem sempre estaremos lá. E junto com todas as orientações e conselhos esbanjados gratuitamente a cada beijo de despedida, pedimos aos anjos a proteção final. É o que nos resta.

Maria Rosângela Silva