segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Que aulas vocês andam dando, professores?


Que aulas vocês andam dando, professores?

Rosângela Silva

Dia dos professores! Dia de comemorar a data e refletir sobre os papéis impostos a todos nós, profissionais da área da educação.

Há tempos a escola vem acumulando tarefas e funções, além das atribuições que lhe compete por princípio. Ao lidar com crianças e adolescentes, em tempos modernos,  muita coisa tem sido transferida para a escola, e responder  à  pergunta-título deste texto  é a  proposta desta reflexão.

Temos ensinado substantivo, verbo e advérbio, mas também dado aulas de moral e ética dados os repetidos conflitos que vivemos cotidianamente na sala de aula.

Temos ensinado os estados da água, misturas, eletrólise e transformações termodinâmicas,  mas também dado aulas de higiene, nutrição e saúde diante dos inúmeros casos de precariedade e falta de informação que muitos estudantes chegam na escola.

Temos ensinado álgebra, polinômios, equações e posições relativas entre duas retas, mas também como usar corretamente as redes sociais e o uso benéfico e  ético da internet, pois são gritantes os casos em que o mau uso, reverbera e chega na sala de aula em forma de desentendimentos, provocações e destratos.

Temos ensinado o período joanino, o primeiro e o segundo reinado, aspectos econômicos e humanos da América Latina, os nomes dos rios brasileiros, mas também ações empreendedoras, políticas e cidadãs, temas  que gritam na sala de aula e são negligenciados pela sociedade em geral.

Temos ensinado o significado de cultura, as escolas antropológicas, a diversidade cultural brasileira, mas também  sobre respeito, autonomia e sobre a cultura da paz.

Temos ensinado sobre glândulas endócrinas, as contrações do coração, o sistema simpático e parassimpático, mas também sobre autoconhecimento, como trabalhar em equipe e ter responsabilidade, diante da incômoda falta de amor e camaradagem entre os estudantes.

 Temos ensinado sobre densidade e pressão, teoremas de Pascal e Arquimedes, vasos comunicantes,  mas também sobre sexualidade, respeito ao seu corpo e ao corpo do outro, num ambiente coletivo em que as emoções e questionamentos borbulham e sobre os quais não devemos nos furtar.

Diante de tantas atribuições que o meio nos impõe é justo valorizar os professores e suas lutas,  é necessário enaltecer a sua imagem, é prudente colaborar com o seu trabalho e apoiar suas ações, é urgente devolver-lhes voz.

Salve! Salve professores! Operários e construtores da tão necessária EDUCACÃO, a única ARMA que realmente poderá mudar nosso país.

domingo, 7 de outubro de 2018

Eles sim? Eles não? Quem vai votar em nós?


Eles sim? Eles não? Quem vai votar em nós?
Rosângela Silva


Eleições à vista!
Nação dividida. Democraticamente cada um defendendo suas convicções e pontos de vista nas escolhas de seus candidatos.
As redes sociais fervilham em debates, críticas, pareceres, tentativas de convencimento. Dentre tudo isso, muitos passam dos limites, proferem, muitas vezes, comentários mal educados, equivocados. Encontramos pessoas se ofendendo, se digladiando como os antigos medievais.
Como já disse todos democraticamente defendendo suas convicções e pontos de vista.
Um Estado empobrecido por tantas roubalheiras, uma sociedade empobrecida com a falta de condições dignas de sobrevivência da sua população; famílias empobrecidas com a falta de educação e valores;  gente sem comida na mesa;  minorias gritando por espaço e dignidade; escolas podadas em seu papel de oferecer conhecimentos e ampliar a visão de seus alunos; professores  trabalhando em situação-limite diante do desrespeito, da fragilidade da instituição, da falta de parceria e apoio dos pais, dos governantes e da sociedade em geral.
E nós? Vamos cobrar mais DELES do que de NÓS mesmos?
Eles sim! Deveriam  e poderiam melhor nos representar, melhor nos cuidar, melhor nos honrar.
Eles não! Não deveriam assassinar nossa educação e cultura, usurpar nossos direitos de uma vida melhor, fingir cegueira diante de tantas mazelas.
Eles sim! Deveriam  oferecer seu melhor, cumprir as leis existentes e remodelar aquelas que perpetuam a violência e a impunidade.
Eles não! Não deveriam se furtar da responsabilidade de oferecer  hospitais e saúde pública dignos, não podem incitar a violência e disseminar o mal.
Eles sim! Deveriam  melhor  nos guiar, melhor nos respeitar, melhor encaminhar.
Eles não! Não poderiam  sucatear nosso país, rifar nossas riquezas e incendiar nossos museus.
Eles sim! Deveriam  brigar pela igualdade dos direitos,  ascender as condições das minorias, fortalecer os laços da nação.
Eles sim! Deveriam  dedicar seu tempo e posto para acolher nossas súplicas.
Eles não! Não poderiam  deixar o país por fazer, por construir, por acabar... Não poderiam  escandalizar a nação e fazê-la desacreditada por todos nós.
Não às desavenças e sim às amizades.
Não ao desrespeito e sim ao debate de ideias.
Não às imposições e sim à liberdade de opinião.
Não  à violência e sim à possibilidade de crítica.
Não ao extremismo e sim à visão ampla.
Não à divisão e sim à nação.
Eles sim? Eles não? Que eles votem em nós!!!