quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

As crianças e suas percepções


                                              As crianças e suas percepções
                                                          Rosângela Silva
“__ Mãe, tem uma tia na minha escola que eu acho que é uma fada. Mãe ela tem os olhos coloridos e o cabelo prateado e ela anda assim...”

     Quanta responsabilidade temos com nossas crianças.
     Ao olharem para nós são capazes de lançar um raio X penetrante que capta nossos mais profundos segredos. Através desse poderoso raio X, elas sabem nosso estado de humor, conseguem perceber que emoção estamos irradiando, sentem nossa energia, medem nossa vontade de realização, entendem nosso cuidado com tudo aquilo que está em nosso entorno. Acredito que ao olharem para nós, elas são capazes até de desnudar a nossa alma.
     Quanta responsabilidade colocar um filho no mundo!
     Quanta responsabilidade escolher a profissão de professor (prefiro dizer educador)!
     Quanta responsabilidade aceitar trabalhar com crianças, seja em que função for!
     E é obrigação do educador, seja ele pai, mãe, professor, cuidador ou babá,  estar atento ao que provoca em seus educandos, cuidando de passar informações  positivas, corretas, justas através das suas falas, ações e gestos.
     Somos referência quando opinamos, quando fazemos expressões faciais ou corporais de aprovação ou reprovação a alguma situação cotidiana, quando nos indignamos com algum comportamento.
     Somos referência quando dominamos o conhecimento da nossa profissão, fazendo colocações interessantes e que levam o aluno a pensar e comungar daquele saber.
     Somos referência através do nosso jeito de advertir, de citar exemplos reais e esclarecedores,  de solucionar problemas.
     Somos referência através de uma fala afetiva, de um gesto inesperado, que surpreende e permite que o aluno amplie sua visão do mundo.
     Somos referência quando discordamos dos padrões impostos, quando trazemos assuntos polêmicos e atuais para a sala, quando conseguimos mostrar na vida, para que aquele conhecimento serve.
     Somos referência quando nos emocionamos, quando vibramos com alguma conquista  na turma, quando traduzimos em experiência concreta os temas a serem estudados.
     Somos referência quando dizemos “Você pode!”, “Isso ficou muito bom!”, “Vou fazer junto com você”, “Você é melhor do que isso”,“Eu mereço sua atenção agora”, “Estou com você”, “ Não admito isso!”, “Comigo você não faz assim”.
     Falas firmes, ações coerentes e justas , olhares penetrantes, gestos amorosos, carregados de afeto ou de indignação, se for necessário, mas que transmitem seriedade no trabalho, amor pelo alunos,  importância pelas propostas trazidas, tornam o professor uma referência ímpar.
     Sigamos com nossa tarefa de transformar o mundo, começando pela nossa casa, nossa rua, nossa escola.