As
crianças e suas percepções
Rosângela Silva
“__ Mãe, tem uma tia na minha escola que eu acho que é uma fada. Mãe
ela tem os olhos coloridos e o cabelo prateado e ela anda assim...”
Quanta responsabilidade temos com nossas
crianças.
Ao olharem para nós são capazes de lançar
um raio X penetrante que capta nossos mais profundos segredos. Através desse
poderoso raio X, elas sabem nosso estado de humor, conseguem perceber que
emoção estamos irradiando, sentem nossa energia, medem nossa vontade de
realização, entendem nosso cuidado com tudo aquilo que está em nosso entorno.
Acredito que ao olharem para nós, elas são capazes até de desnudar a nossa
alma.
Quanta responsabilidade colocar um filho
no mundo!
Quanta responsabilidade escolher a
profissão de professor (prefiro dizer educador)!
Quanta responsabilidade aceitar trabalhar
com crianças, seja em que função for!
E é obrigação do educador, seja ele pai,
mãe, professor, cuidador ou babá, estar
atento ao que provoca em seus educandos, cuidando de passar informações positivas, corretas, justas através das suas
falas, ações e gestos.
Somos referência quando opinamos, quando
fazemos expressões faciais ou corporais de aprovação ou reprovação a alguma
situação cotidiana, quando nos indignamos com algum comportamento.
Somos referência quando dominamos o conhecimento
da nossa profissão, fazendo colocações interessantes e que levam o aluno a
pensar e comungar daquele saber.
Somos referência através do nosso jeito de
advertir, de citar exemplos reais e esclarecedores, de solucionar problemas.
Somos referência através de uma fala
afetiva, de um gesto inesperado, que surpreende e permite que o aluno amplie
sua visão do mundo.
Somos referência quando discordamos dos
padrões impostos, quando trazemos assuntos polêmicos e atuais para a sala,
quando conseguimos mostrar na vida, para que aquele conhecimento serve.
Somos referência quando nos emocionamos,
quando vibramos com alguma conquista na
turma, quando traduzimos em experiência concreta os temas a serem estudados.
Somos referência quando dizemos “Você
pode!”, “Isso ficou muito bom!”, “Vou fazer junto com você”, “Você é melhor do
que isso”,“Eu mereço sua atenção agora”, “Estou com você”, “ Não admito isso!”,
“Comigo você não faz assim”.
Falas firmes, ações coerentes e justas ,
olhares penetrantes, gestos amorosos, carregados de afeto ou de indignação, se
for necessário, mas que transmitem seriedade no trabalho, amor pelo
alunos, importância pelas propostas
trazidas, tornam o professor uma referência ímpar.
Sigamos com nossa tarefa de transformar o
mundo, começando pela nossa casa, nossa rua, nossa escola.
Nenhum comentário:
Postar um comentário