segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

A "brincadeira" da rasteira


A "brincadeira" da rasteira
Rosângela Silva

Viralizou na internet nos últimos dias, vídeos em que dois amigos enganavam e passavam uma rasteira num terceiro colega. Isso acontecia muitas vezes em escolas, em suas próprias casas ou em encontros e festas. Há cenas de filhos fazendo isso também com suas mães. São cenas chocantes e de entristecer.
Atitude de muito mau gosto e que revela pouca empatia, muitos de nós, educadores, nos pusemos a refletir com nossos alunos sobre o fato.
Rapidamente as escolas reagiram e começaram  a trabalhar com a educação emocional dos estudantes. Os pais atentos e que acompanham de perto seus filhos também começaram um trabalho de orientação e conscientização. Assim, em paralelo à brincadeira, também viralizaram muitas ações contrárias, positivas, apelando para o companheirismo, para o cuidado com o outro, para as ações afetivas.
É verdade que há muito egoísmo, maldade, enganação, e literalmente “passadas de rasteira” em nossa vida cotidiana.
Quem não viveu uma passada de rasteira na vida, de amigos, de familiares, de colegas de trabalho, dos nossos governantes?
Tudo isso é preocupante, é grave, mas nem por isso, nós adultos emocionalmente saudáveis, conhecedores e praticantes das leis , saímos por aí dando o troco e exercitando o código de Hamurabi (olho por olho, dente por dente).
É verdade que prolifera na sociedade a lei do mais forte sobre o mais fraco, do mais rico sobre o mais pobre, daquele  que tem mais poder sobre o que não o tem. E é certo que há muita gente reagindo contra isso.
Quem consegue perceber isso nos noticiários e conversas cotidianos?
É verdade que há uma onda para que as minorias não sejam notadas, nem ouvidas. E é verdade que há muita gente trabalhando para reverter isso.
Eduquemos nossas crianças e suas famílias. Como escola,  não podemos fugir desse árduo compromisso.  Assim,  começamos por mudar nosso bairro, nossa comunidade, nossa cidade, convivendo e colhendo os frutos do nosso trabalho nos nossos arredores.
Sim, se todos trabalharem a cultura da paz, forjaremos seres humanos melhores, que estarão consequentemente praticando ações saudáveis no nosso entorno.
Trabalhemos para que assim seja!