Adolescentes, festas e bebidas
Rosângela Silva ( Texto publicado na Revista D'Avila)
Toda semana tem motivo para comemorar. O aniversário de
alguém, a chegada de uma viagem, a ida a uma viagem, o início das férias, a
volta às aulas, intercâmbio da amiga, emtre tantas outras possibilidades.
Ser mae-pai de adolescente é
viver num eterno estado de alerta. E garanto estado de alerta ainda maior do
que vivemos na infância dos nossos filhos em que na maioria das vezes estavam
sob nosso teto, nossas asas.
Vívidos por liberdade e por
encontrar os amigos e pares românticos querem e precisam de espaço para
exercitar o que aprenderam dentro de casa.
As festas, os rolês tiram nosso
sono, mas ensinam aos nossos filhos sobre a vida, seus perigos, suas seduções,
suas armadilhas.
As festas, bem as festas... Os
nomes, sugestivos de tantas possibilidades nos assustam e nos fazem querer ser
um pernilonguinho ou quem sabe um
vagalume (ainda existem vagalumes?) para passear por lá: “Festa da diretoria”,
“Só os bons”, “Vai embrasando”, Glow
Party, Malandramente, “Acoolteceu”, Chacrowisky,
Passando pelo nome, vem a parte:
open bar ou levar bebida. Open bar
assusta, pois podem beber além da conta. Levar bebida dá a impressão de que há maior controle, pois
nem todos levam, nem todos contam isso aos pais, a meninada tem grana
controlada.
Seja como for , eles vão lá e
bebem. Bebem pra se soltar, bebem para se desinibir, para tomar coragem de
agir, seja para se aproximar do par escolhido, seja para dançar mais solto,
seja para ter coragem de aventuras mais ousadas.
Na minha experiência como mãe,
não nego, vou junto com minha filha e compro a bebida para ela levar, assim
controlo que está levando, o teor alcóolico, a quantidade. Confesso que nas
primeiras vezes que fiz isso entrei em pânico, mas pensei “é melhor ela me
contar, eu participar desse momento, do que ela fazer isso escondido”.
Pego a oportunidade e senta que
lá vem conversa... “Beba a ponto de estar ciente do que está fazendo”, “não
beba de copos alheios”, “Reveze a bebida com água”, “Esteja sempre com
acompanhada das amigas(os)”, “não fique sozinha na festa”, “quando for
convidada para algo duvidoso, lembre-se do que seus pais diriam” e blá, blá,
bla. Na dúvida reviso todas as orientações.
Se adianta tudo isso? Não sei de
verdade, mas prefiro pecar por excesso do que por omissão.
Toda vez que entro em aflição
procuro lembrar dessa minha fase. Como eu pensava? O que eu fazia? Até onde eu
ia? Quais eram as sensações boas e ruins vividas? O que me movia? Que medos e
vontades eu tinha? Como me sentia conhecendo toas aquelas novidades que me
chegavam?
No meu caso as orientações e
ensinamentos dos meus pais funcionaram. Rezo todos os dias no desejo de que com
minha filha há de funcionar também.
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