A ligação afetiva: mães e filhos
http://www.revistadavila.com.br/2017/05/ligacao-afetiva-maes-e-filhos-rota-educacional/#
A ligação afetiva da mãe com o bebê se inicia na vida intrauterina e perpetua por toda a vida. Esta ligação é tão forte que chega a definir as relações futuras da criança. Para a criança, a mãe, muitas vezes é aquela que sabe tudo, resolve, define, orienta. Esta troca afetiva é boa para ambas: o infante se sente protegido, prestigiado, amado e a mãe sente-se forte, produtiva, capaz, um ser humano completo.
Desde o nascimento a mãe passa a ser fonte de saciedade da fome, de segurança, de conforto e afeto. Suas respostas aos sinais do bebê fornecem reforços positivos e fortalecem o vínculo afetivo entre ambos.
Logicamente aos poucos é preciso impulsionar o filho para a autonomia: chega a hora de desmamar, de estimular a engatinhar, a andar. Também é chegada a hora de voltar ao trabalho, de deixá-lo com a babá ou mandá-lo para a escola.
Estes momentos de separação são dolorosos, mas ensinam muito. A criança aprende a lidar com a frustração e angústia, a curtir o momento do reencontro , a perceber que a mãe é uma pessoa distinta e separada de si, não sua extensão. A mãe aprende que precisa de tempo e espaço para si, que tem que buscar satisfação pessoal e profissional.
A carga afetiva que liga mães e filhos é tão intensa em algumas relações que há dor e sofrimento na hora da punição e da cobrança, no distanciamento e na vigilância. Este duplo papel, de amar e cobrar é psicologicamente tão dolorido e amargo que, muitas vezes, impede as mães de agirem conforme a necessidade da situação, tornando-as demasiadamente “amolecidas” e não atuantes no papel de gerir a educação.
Os psicanalistas dizem que nos contos de fadas o papel da mãe bondosa, calorosa, muitas vezes, se mistura com o da madrasta ou da bruxa, más e prepotentes. Nos contos de fadas as duas são uma só. Na vida assim também acontece. A mesma mãe que protege, ajuda, defende, muitas vezes é aquela que fica longe, cobra e compara.
A mesma que estimula, incentiva, doa, conversa, às vezes se transforma naquela que dá tarefas, exige bom desempenho, corrige. A mesma que elogia, apoia, brinca, estende os braços, dá abraços é aquela que se enfurece, bate, estabelece consequências, castiga.
Tudo isso porque as mães sabem ( ou deveriam saber) que para preparar adultos independentes e com autoestima elevada é preciso rimar amor com rigor.