__ Olha tia! Eu fiz uma casa entre dedos!!! (Bruno Oliveira 07/07/2014)
sexta-feira, 18 de julho de 2014
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Lições da Copa
A copa do mundo acabou e deixa várias
lições para todos nós.
Comparar o jogo no campo de futebol com a vida,
com a sala de aula e com os ganhos e perdas que nos acompanham sempre é uma
tarefa que nos leva a aprendizagens diversas.
Na família, no trabalho, nas relações de
amizade, na escola sempre aprendemos grandes lições de como formar um bom time
para vencer os obstáculos e atingir juntos nossos objetivos. Nessas relações
nem sempre ganhamos, acertamos ou somos
aceitos com nossa forma de ser e agir e aí está a fórmula para se aprender
sobre convivência.
Mesmo vivendo em grupo na maioria do nosso
tempo, muitas vezes nos vemos em disputas e competições que nos afastam e nos
fazem compor um grande time de narcisistas, cada um pensando em brilhar mais
que o outro.
Pensar alguns comparativos dos jogos com a
vida nos alimenta para o enfrentamento das ocorrências diárias.
Hoje o mundo cobra das pessoas que
desempenhem bem várias funções. Não dá mais para contratar aquele funcionário
que só sabe fazer bem um único trabalho.
Nos bancos escolares os educadores esforçam-se para estimular nos alunos o treinamento
de várias habilidades. Então, copiemos o
jogador alemão Schweinsteiger que atuou em campo desempenhando várias funções,
indo da defesa ao ataque.O craque não ficou preso apenas às tarefas da sua
posição. Foi além, ousou, criou,foi multifuncional.
A sociedade impõe regras e normas de
convivência, mesmo assim, às vezes há injustiças e erros em nosso meio. Não devemos esmorecer.
Assim como Messi não deveria ter ganho a bola de ouro como melhor jogador da
copa, também presenciamos situações equivocadas e não podemos nos desestimular ou paralisar. É
preciso agir independentemente das adversidades.
Neuer sim, mereceu ser eleito o melhor
goleiro da copa. Ousado pelas jogadas arriscadas que faz, não se limita a
esperar os ataques do adversário, está sempre estudando os passes e fazendo
lançamentos certeiros, atuando como se fosse
mais um jogador em campo somando aos seus outros 10 colegas de linha.
Assim devemos nos espelhar no goleiro-linha em nossas jogadas na vida, não dá
para ficar parado esperando o adversário e a bola chegarem. Sejamos ousados e
criativos em nossa trajetória.
As novas exigências do mercado cobram
organização e planejamento das empresas e seus funcionários. Como conviver com
chefes que não planejam, não estudam seus projetos, não promovem treinos
constantes e “apertados” e não têm plano B? A teimosia e inflexibilidade do
nosso técnico Felipão mostraram que nenhuma equipe vai longe sem estudo,
planejamento e treinamento. Bons resultados não nascem apenas da confiança.
Nossa seleção deixou muitos espaços vazios,
mostrando falta de entrosamento, de treino e de organização. Times bons fecham
combinados, combinam jogadas, dedicam-se
às tarefas e suam a camisa até o final do jogo.
Outra lição é que a experiência nem sempre
é tudo. Bastou a menino Mario Götze sair
do banco de reservas, treinado, confiante, seguro para marcar o gol do título.
Uma equipe otimista e incentivada, preenche os espaços vazios com seriedade e
comprometimento.
Perder a copa é triste. Mais triste ainda é
saber que amanhã os jogadores e administradores da seleção não vão saltar da
cama cedo, destinados a começar uma nova etapa com garra e vontade de vencer como fazem milhões de brasileiros,
campeões na disposição e na coragem.
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Os 80 anos da Tia Lica
Filhos nascidos dela mesma foram 6: Benedito, Raimundo, Regina, Cida, Clarice e
Alice, mas são muitos os que ela adotou, cuidou, criou, orientou e mostrou o mundo.
Minhas memórias não conseguem voltar muito
atrás, mas o que me lembro é de uma mulher forte, com liderança aprendida da
necessidade, falante, boa negociadora, ímpar como gerenciadora de conflitos,
mulher de atitude e de fibra.
O pouco estudo e letramento não foram
suficientes para colocar-lhe barreiras na vida. Criou e estudou os filhos, deu
de comer e de vestir a eles e a muitos agregados que chegavam às suas portas. Trabalhou
duro, incentivou o crescimento de muita gente, pôs juízo na cabeça de muitos.
Sempre altiva e autoritária, não dava
muitas brechas ao acaso. Decidia, mandava, imperava em sua casa, com os filhos
e demais pessoas da vizinhança. Até hoje sabe debater e argumentar muito bem e
é capaz de ganhar as discussões com poucas palavras.
Sua casa era grande no tamanho e no
aconchego, estava sempre cheia, muito falatório, assunto que não acabava mais.
Um lugar quente, acolhedor, que fartava de colo e ensinamentos.
Ensinamentos vindos das conversas, das
orientações e até das broncas. Broncas, muitas broncas nos filhos, às vezes
teimosos, nos sobrinhos que saíam fora do trilho, na molecada da vizinhança que
não parava de fazer arte e causar aquelas brigas comuns da infância, nos funcionários que não trabalhavam direito.
Ensinamentos vindos dos aconselhamentos e
que se revelavam importantes quando adentrávamos em sua sala e nos deparávamos
com uma longa estante repleta de livros. Ali ficava um mundo de conhecimentos e
possibilidades que levava a mim e a
tantos outros para além das fronteiras da fazenda onde morávamos. Aprendi muito
ali, com os livros e com ela.
Ela mesma aprendeu a gostar de ler. Muitas
vezes ao chegar em sua casa, lá estava ela com os livros na mão. É bem verdade
que a enxada e os livros moldam as
pessoas para o bem. Disso não tenho dúvidas.
Em minha memória também recordo das
festas em sua casa. Almoços de domingo, amigos secretos, festas de Natal e
comemorações juninas são as maiores lembranças.
Dos almoços de domingo lembro da mesa
longa, coberta por toalhas coloridas, cheia de comes e bebes e todos sentados em
volta. Alguns descansando na grama. Dos amigos secretos, a lembrança vem das
risadas e ironias na hora da revelação. Dos Natais, recordação da árvore
enfeitada com lâmpadas coloridas e com as iniciais FSI. Das festas juninas, as
rezas, o levantamento do mastro com os três santos abençoando a festança, pau
de sebo, a fogueira, as danças e as músicas.
Fazer festa sempre tem um significado de
abrir-se para as pessoas, de ser receptivo às amizades, de trazer as pessoas e
as conversas para si e dar-lhes acolhimento. Deve ser também por isso que ela,
em qualquer idade que tivesse, sempre soubesse receber e acolher as pessoas.
Imagino quantas vivências guarda a sua
memória: ganhos e perdas, alegrias e tristezas, festas e lutos, risos e choros,
momentos de ser fortaleza e momentos de ser escombro, de onde ensinou o maior exemplo
de todos: saber se reerguer e recomeçar.
Parabéns Tia Lica, por extrair saberes e aprendizagens das mais
simples experiências.
Parabéns por ter compartilhado os seus
conhecimentos comigo e com tanta gente.
Parabéns por ter sido esteio e fortaleza
para tantos que aportaram em sua casa.
Parabéns por estar presente por tantos
anos em nossas vidas.
Maria Rosângela da silva
Maria Rosângela da silva
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