Os filhos crescem e crescem com eles nossas angústias e
preocupações. A adolescência chega e as dúvidas paternas aumentam muito. A cada
dia, um novo dilema para administrar e
novas questões para avaliar junto com os filhos. Ser mãe e pai de
adolescente é embarcar numa montanha russa a cada novo dia. Desafios radicais
surgem a cada volta que os ponteiros dão.
Soltar os filhos para viver as aventuras desta vida é
inevitável. Se dependesse dos pais, os deixaríamos quietinhos, acolhidos,
abraçados pela nossa proteção para sempre.
Mas vem a vontade de sair de casa com os amigos, de
experimentar as novidades, de ser livres e poder fazer suas escolhas. E nós, do
outro lado, assistindo na torcida, espectadores na arquibancada, sem poder
participar diretamente do jogo. Coração apertado, nó na garganta, “bolo” no
estômago. É o corpo dando sinais da nossa dor emocional.
E nós precisamos acreditar, confiar, dar segundas, terceiras
e quartas chances, afinal somos apenas guardiões preocupados, pois a vida e as
escolhas são deles, embora entrelaçadas
e repercutindo nas nossas.
E nós precisamos aprender a conviver com o coração pulsando constantemente fora do
corpo. Ele não nos pertence, é de nossos filhos. Está onde eles estão. Bate no
compasso das suas escolhas.
Ah! Se pudéssemos soprar baixinho em seus ouvidos, qual rumo
tomar, quando estivessem duvidosos...
Ah! Se pudéssemos dizer “escolhe isso, em vez disso” quando
a emoção quisesse falar mais do que a razão...
Ah! Se pudéssemos apontar a saída de emergência, quando a neblina
de fumaça tentasse embaçar sua visão...
Nem sempre estaremos lá. E junto com todas as orientações e
conselhos esbanjados gratuitamente a cada beijo de despedida, pedimos aos anjos
a proteção final. É o que nos resta.
Maria Rosângela Silva
Maria Rosângela Silva
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